Em um primeiro momento, a pandemia levou à diminuição dos protestos de rua, mesmo em países que viviam ciclos importantes de conflito. Isso não significou, no entanto, o fim da mobilização. Outras formas de protesto emergiram ou foram intensificadas (como os panelaços e as formas de ativismo digital). A partir de maio, houve uma retomada dos protestos de rua em várias regiões do mundo. A foto ao lado mostra como os participantes dos protestos vincularam a pandemia a questões como racismo e desigualdade.

:@renatocortezbr/ Mídia NINJA

Dados sobre Protestos Relacionados à Pandemia

O Armed Conflict Location & Event Data Project (ACLED) lançou o COVID-10 Disorder Tracker, para sistematizar dados sobre protestos e conflitos relacionados à pandemia em várias regiões do mundo. Inclui desde episódios de violência contra trabalhadores da saúde até protestos contra medidas de isolamento.


Cruzes na AREIA E NA GRAMA HOMENAGEIAM MORTOS

Ato no gramado em frente ao Congresso Nacional em homenagem às vitimas do Covid-19 e contra o governo do Presidente Jair Bolsonaro
Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Em memória aos mortos pela pandemia, ativistas colocaram mil cruzes nos gramados da Esplanada dos Ministérios (Brasília), no domingo 28 de junho.

Fonte: Reuters

A ONG Rio de Paz já havia feito um protesto similar no dia 11 de junho, na Praia de Copacabana.


Paralisação Nacional dos Entregadores de Aplicativo

Os trabalhadores de serviço de entrega dos aplicativas fizeram uma paralisação nacional no dia 1º de Julho de 2020 no Brasil. O material de chamada para participação da paralisação, tanto dos entregadores quanto dos usuários dos aplicativos de entrega, está sendo publicado nas contas do Twitter e Facebook do “Treta No Trampo“.


DIA DAS MÃES NO MÉXICO: PROTESTOS ONLINE E OFFLINE

Foto da campanha

O Movimiento por Nuestros Desaparecidos en México, formado por mais de 60 coletivos mexicanos e de três países da América Central, demanda que o governo mexicano não pare as buscas dos 61 mil desaparecidos e que sejam acelerados os esforços para a identificação de mais de 37 mil corpos. No Dia das Mães (10 de maio), manifestantes tomaram as ruas mas também usaram formas de protesto digital, inclusive uma marcha digital. A tradicional Marcha de la Dignidad Nacional: Madres Buscando a sus Familiares Desaparecidos, la Verdad y la Justicia, foi feita pela primeira vez em forma digital. Participantes postaram fotos online com máscaras, nas quais estava escrito: “onde estão?” Além disso, comunicaram-se usando hashtags como #YoApoyoParaEncontrarles, #HastaEncontrarles, #NosHacenFalta e #10DeMayoNadaQuéCelebrar. Para mais informações, ver também esta análise de Thomas Aureliani.


EMERGÊNCIA EM MANAUS

Em 14 de janeiro de 2021 explodiram nas mídias sociais vários vídeos de profissionais da saúde, especialmente, em Manaus-AM desesperados denunciando a falta de oxigênio nos hospitais. Vários pacientes morreram por não ter acesso ao equipamento, não apenas aqueles contaminados com Covid-19, mas também outras enfermidades, como exemplo, há grande preocupação com os bebês prematuros que dependem do recebimento de oxigênio. Em razão disso, surgiram vários chamados de protestos partindo de diferentes grupos sociais.

O BRASIL PRECISA RESPIRAR

Movimentos populares marcaram um “grande ato” para pedir o “impeachment já” do presidente da República, Jair Bolsonaro, no momento em que o país registra a marca de 211 mil mortes pela Covid-19. O evento está previsto para ocorrer no próximo domingo (24/1), às 16h, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Acesse aqui.

ATO PELA VOLTA DO AUXÍLIO EMERGENCIAL E PELA VACINAÇÃO

No dia 18 de fevereiro de 2021, a Coalização Negra Por Direitos realizou atos em 28 cidades do país, sendo 18 capitais. A Coalização Negra Por Direitos é formada por mais de 200 entidades, as quais, no dia das mobilizações, protocolaram ofícios exigindo aos governos federal, estaduais e municipais medidas de combate à miséria, da segurança alimentar da população negra e periférica, além da garantia da vacinação em massa e do fortalecimento do Sistema Universal de Saúde (SUS).

Fonte: Coalizão Negra Por Direitos